Salve Jorge - A História do Santo Guerreiro


São Jorge foi, conforme a tradição, um soldado romano a serviço do imperador Diocleciano. Na hagiografia (estudo sobre biografia de santos) São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo.

Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, a memória de São Jorge é celebrada nos dias 23 de abril dia de sua morte (o mesmo viveu de entre 275 e 280 até 303).

Embora se trate de uma pessoa real, as origens deste mártir são confusas e incertas. Em 495,  o papa Gelásio I afirmou que são Jorge “é desses santos cujo nome é justificadamente reverenciado entre os homens, mas cujas ações apenas Deus conhece”.

De acordo com uma das mais conhecidas tradições (século IV) Jorge teria nascido na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da Turquia. Ainda criança, mudou-se para Palestina com sua mãe após seu pai, Gerôncio, morrer em batalha. Sua mãe, Policrômia, era originária de Lida, na Palestina (atual Lod, em Israel) era possuidora de muitos bens, tendo educado o filho na Fé Cristã.

Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas. Jorge não tardou em ascender na carreira e, antes de atingir os 30 anos chegou ao posto de Tribuno Militar, sendo encarregado como guarda pessoal do imperador Diocleciano.

Em 303, Diocleciano publicou um edito que mandava prender todos soldados cristãos nas legiões romanas e que todos os outros deveriam oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Jorge foi ao encontro do imperador para contestar, e perante todos declarou-se cristão. Não querendo perder um de seus melhores tribunos, o imperador tentou dissuadi-lo oferecendo-lhe terras, dinheiro e escravos. Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a fé cristã. Todavia, Jorge reafirmava sua fé. Seu martírio, aos poucos, ganhava notoriedade e muitos romanos, entre eles mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303.

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.

Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, no Império Bizantino, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica.

Durante a Primeira Cruzada, cavaleiros tiveram uma visão dele durante a Batalha de Antioquia, na Turquia, em 1098. A partir de então, ele passou a ser invocado para proteção contra os muçulmanos, e suas façanhas se espalharam rapidamente por toda a Europa.

O rei inglês Ricardo Coração de Leão, um dos comandantes da Terceira Cruzada (Cruzada dos Reis) constituiu São Jorge como padroeiro daquelas expedições que tentavam reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos. O rei da Inglaterra, Eduardo III, colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em 1348. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos, que também trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira.

Na peleja entre São Jorge e o Dragão, o dragão simbolizaria a idolatria destruída com as armas da Fé. A donzela protegida por São Jorge representaria a província da qual ele extirpou as heresias. (As lendas por trás de São Jorge são diversas).

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