Dica cultural - O jogo só acaba quando termina





Prof. Juliano Mota
Redação d'O Historiante



Em um momento que vivemos a copa das manifestações, ou melhor, confederações, é propício prestigiarmos toda produção que articule futebol, arte, política e cultura, merecendo destaque a exposição de artes visuais " O Jogo só acaba quando termina". Esta mostra está aberta a visitações no Palacete das Artes em Salvador, gratuitamente, até 11 de agosto (depois no Rio de Janeiro e em Fortaleza), e integra as comemorações do ano da Alemanha no Brasil, batizado de Alemanha+Brasil 2013/2014, abordando nesta celebração assuntos culturais, econômicos, políticos e das mais diversas áreas.


Estas produções são fruto das inspirações de onze artistas de nações como: Alemanha, Áustria, Chile, Venezuela, Brasil e Argentina, e reúnem videoarte, fotografias e uma instalação sonora, contemplando o lado cultural do futebol e extrapolando o lado esportivo, relacionando futebol à cultura, à política (ou a ambos). Tanto o trabalho da dupla brasileira Dias & Riedweg "Peladas noturnas", que mostra o futebol em uma favela desde o início do dia até a noite, como um vídeo do sul-africano Zwelethu Mthethwa, que mostra uma partida de futebol filmada pela perspectiva da bola do jogo, por meio de uma microcâmera instalada nela, distanciam-se ao máximo do espetáculo afirmativo, buscando-se os lados inexplorados do esporte e o que acontece além dos grandes estádios, ressaltando que o lugar certo para o futebol é onde menos se espera. 



A  importância política do futebol ganha destaque nas fotografias da alemã Lela Ahmadzai, que registrou mulheres afegãs praticando futebol no país onde elas são proibidas de fazer isso, tendo que praticar num campo de treinamento militar dos Estados Unidos. Esta exposição, por falar do momento pelo qual atravessa o futebol e suas implicações sociais, serve como um recurso de aprendizagem interdisciplinar, pois propicia, através da arte, interpretar o cotidiano que compõe esta prática esportiva, com quais culturas ele dialoga ou silencia, percebendo este esporte também como uma construção política e um vetor de ideologias sociais, sendo um recurso didático que aproxima arte e realidade.


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