Parabéns aos profissionais da educação!
Prof. Lucas Adriel Silva de Almeida
Redação d'O Historiante
Durante
tempos respeitada, idealizada, a profissão de professor hoje no Brasil passa bem
longe dos sonhos da grande maioria dos jovens. É uma raridade ouvir um jovem que
busca descobrir sua vocação afirmar: “Eu quero ser um professor”. Em sentido oposto é comum ouvir - a todo momento - que não há, e realmente não há,
profissão mais honrada quanto a de ser um educador e que dessa profissão
dependem todas as outras. Então uma clara interrogação surge dessa contradição:
a que se deve o fato de que uma profissão de tamanha importância dentro de uma
sociedade não seja o sonho da maioria dos jovens?
Bom,
não queremos limitar aqui a nossa reflexão e pensar apenas nas baixas projeções
salariais que envolvem a carreira, nem expor os problemas crônicos do nosso
sistema educacional como a falta de infraestrutura das unidades escolares. Acreditamos
que tal questão se estenda por algumas outras veredas, as quais merecem nossa
atenção no dia em que comemoramos o fato de sermos profissionais da educação,
ou seja, pessoas que se capacitam para exercer a transmissão do conhecimento em
determinada área. Portanto, ser um
profissional indica que você dispõe de técnicas, métodos e ferramentas capazes de
elucidar pessoas (o termo é amplo assim mesmo e não só crianças ou jovens) as
mais diferentes possíveis para transitarem sobre diferentes esferas do
conhecimento.
Entendemos
que o principal ponto para que a profissão não seja atrativa, se concentra fundamentalmente
no fato de que o mercado é aberto a qualquer pessoa que assim queira estar em
sala de aula (exercer a profissão cabe aos profissionais). Precisamos sim é
entender que não podemos delegar a uma pessoa que tenha simplesmente o
conhecimento em alguma esfera do saber o direito de estar em sala de aula. Este
problema da educação brasileira mostra, na verdade, um problema da sociedade
brasileira, a sua incapacidade de gerir a sua maior riqueza. Como diriam meus
queridos avós “é querer tapar o sol com uma peneira”. Se não precisa de formação
na área para trabalhar como professor, porque nossos jovens fariam isto?
Enfim,
parece clichê, mas acreditamos que o profissional de educação é sim a salvação
deste país. Uma legislação mais rígida (e isso já está acontecendo) restringirá
cada vez mais o mercado a pessoas que se profissionalizem na arte de
problematizar o conhecimento; que possibilitem ao aluno despertar em si a
capacidade de ler o mundo criticamente e que acabem de vez com essa idéia da
mera transmissão do conhecimento. Parabéns professores pelo NOSSO dia e vamos lutar
para que cada vez mais o processo que está em curso se acelere e diante da pouca
oferta de pessoas capacitadas para exercer a função, outros problemas, como os
salariais, sejam sanados e que este país valorize o que lhe é primordial. E
tenho certeza que muitos jovens não verão suprimidos os seus sonhos de mudar,
pra melhor, este país que doente precisa dos melhores médicos que existem: os
doutores da educação.
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