O Mundo Bipolar - A Guerra da Coreia

A década de 1950 começou com um dos maiores conflitos do período Pós Segunda Guerra. Travada em uma península asiática, a Guerra da Coreia expôs o que seria o mundo bipolarizado entre os Estados Unidos e a União Soviética, entre o Capitalismo e o Socialismo.


Da década de 1910 até o final de Segunda Guerra Mundial a península da Coreia estava ocupada por forças japonesas. Após o final do conflito mundial a península coreana foi dividida na altura do paralelo 38, ficando o norte sob influência da União Soviética e sul sob influência dos Estados Unidos.

A zona de fronteira entre as duas Coreias se tornou um local de constantes provocações militares. Até que na madrugada de 25 de junho de 1950, com apoio armado soviético, a Coreia do Norte, sob comando de Kim Il-Sung, invadiu o sul, com o intuito de reunificar a península. Antes da invasão políticos norte-americanos haviam sugerido que os Estados Unidos não dariam apoio a Coreia do Sul, que era governada por Syngman Rhee, em caso de invasão, e isso pode ter influenciando no ataque nortista.

Rapidamente a capital do Sul, Seul, foi conquistada pelas forças norte-coreanas, que possuíam vários soldados veteranos da Guerra Civil Chinesa e utilizaram a experiência de combate do conflito na China.

A Coreia do Sul não estava preparada para aquele conflito e pediu auxílio aos seus aliados. Os Estados Unidos apresentaram uma resolução junto a ONU (Organização das Nações Unidas). O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 82, que condenava a invasão da Coreia do Sul, sendo seguida pela Resolução 83 que autorizava uma intervenção militar para por fim no conflito. O presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, autorizou que a força aérea e a marinha americana atacassem alvos na península coreana para apoiar o sul.

As forças sul-coreanas e as poucas forças norte-americanas se concentraram no perímetro de Pusan, que era sustendo com grandes dificuldades, contra as ofensivas norte-coreanas. Com o início da chegada dos reforços britânicos e o começo dos maciços bombardeios contra as linhas de abastecimento comunistas, a linha de Pusan foi estabilizada, oferecendo ao comandante norte-americano, Douglas MacArthur, oportunidade de partir para ofensiva. E isso se deu com o desembarque anfíbio norte-americano em Inchon. Grande parte das tropas comunistas naquela região foi aniquilada, os sobreviventes foram forçados a bater em retirada. Mesmo com o incitamento chinês para as tropas norte-coreanas realizarem um contra-ataque, os mesmos haviam sofridos pesadas baixas e não tinha como resistir.

O desembarque em Inchon abriu caminho para o avanço contra Seul. A batalha pela capital da Coreia do Sul se mostrou dificílima, mas os norte-americanos e sul-coreanos conseguiram dominar a cidade, impondo severas perdas as tropas norte-coreanas, que lutaram até a morte pelo local. No sul, as tropas sul-coreanas e da ONU, aproveitaram o corte nas linhas de abastecimento do inimigo e avançando do perímetro de Pusan, empurraram os inimigos rumo ao norte.

O general MacArthur solicitou autorização para invadir a Coreia do Norte. Mesmo com o receio de uma interferência chinesa na guerra, a invasão foi aprovada. As forças da ONU iniciaram a invasão da Coreia do Norte, conseguindo tomar a capital, Pyongyang, em 12 de outubro de 1950. Nesse momento começaram a ocorrer combates entre as forças da ONU e algumas tropas chinesas, o que aumentava a suspeita da entrada da China na guerra. O general MacArthur passou a criticar a falta de agressividade do governo Truman.

As forças norte-coreanas continuaram a se empurradas para o norte, até próximo do rio Yalu, era o avanço final para liquidar com a guerra. Foi quando as forças da ONU se viram atacadas por grandes ondas de ataque chinesas, que conseguiram cercar o inimigo. Os norte-americanos tiveram que romper o cerco, para conseguir recuar, mas sofrendo muitas baixas e abandonando grande quantidade de material.

No início de 1951 uma nova onda de ataque chinesa forçou as forças da ONU a recuarem ainda mais para o sul. Seul estava ameaçada, neste momento o novo comandante norte-americano na Coreia do Sul, Matthew Ridgway, deteve a retirada e utilizando uma tática que consistia no uso de artilharia e bombardeio aéreo, que ficou conhecido como “moedor de carne de Ridgway” conseguiu deter o avanço chinês, mesmos estes tentando responder ao poder de fogo norte-americano com ataque em “onda humana”. Nos meses seguintes ainda ocorreram violentos combates, mas a guerra móvel em seus primeiros meses se transformara em um combate de artilharias, sucedidos por avanços de infantaria. As negociações de paz foram iniciadas em junho de 1951, mas o cessar fogo só foi definido em julho de 1953, sendo criada uma zona desmilitarizada entre as duas coreias, que existe até hoje. 

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