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Mostrando postagens de junho, 2013

Livro - "Lampião: violência e esperteza", de Isabel Lustosa

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Prof.ª Joyce Oliveira Redação d'O Historiante Abordando aspectos para além da visão de Robin Hood do sertão, Isabel Lustosa, ao longo do livro Lampião: Violência e esperteza , constrói o percurso do terror do Nordeste no início do século XX a partir do seu representante máximo - Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. A contribuição mais importante do livro está no fato de a autora apresentar a figura de Lampião como realmente foi  (violento, preocupado com seus próprios interesses), diferentemente do que é lembrado e tido na memória dos nordestinos.

Livro - O Nome da Rosa – Umberto Eco

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Prof.ª Aline Martins Redação d'O Historiante A recente abdicação de Bento XVI, algo inédito em 600 anos, e a posterior escolha do Papa Francisco, único jesuíta da História, provocaram alvoroço na imprensa mundial, demonstrando como uma instituição de mais de 2 mil anos ainda possui grande influência na sociedade contemporânea. Mas, sobretudo, estes eventos colocaram em evidência os inúmeros problemas enfrentados atualmente pela Igreja Católica, dentre os quais, se destaca a distância entre o que prega e o que o corpo doutrinário e os fieis efetivamente praticam.

Dica cultural - O jogo só acaba quando termina

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Prof. Juliano Mota Redação d'O Historiante Em um momento que vivemos a copa das manifestações, ou melhor, confederações, é propício prestigiarmos toda produção que articule futebol, arte, política e cultura, merecendo destaque a exposição de artes visuais " O Jogo só acaba quando termina". Esta mostra está aberta a visitações no Palacete das Artes em Salvador, gratuitamente, até 11 de agosto (depois no Rio de Janeiro e em Fortaleza), e integra as comemorações do ano da Alemanha no Brasil, batizado de Alemanha+Brasil 2013/2014 , abordando nesta celebração assuntos culturais, econômicos, políticos e das mais diversas áreas.

Filmes - Arquitetura da destruição

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Prof. Pablo Michel Magalhães Redação d'O Historiante O mito da raça ariana cultuada em todo o seu potencial. O culto às formas soberanas e divinizantes da arte alemã inspirada nos clássicos greco-romanos. O elogio à honra e à coragem medievais, num misto de exultação e êxtase. Eis aí uma tentativa de definir a produção artística do IIIº Reich de Hitler na Alemanha nazista. Para o führer , a soberania dos povos germânicos estaria diretamente relacionada à superioridade, beleza e harmonia de suas pinturas, produções literárias, cinematográficas, dentre diversas outras expressões artísticas.

Pare, pense...E aja!

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Prof.ª Aline Martins Redação d'O Historiante  ... E aja. Acredito que muitos que não conhecem o assunto mais profundamente, já se questionaram sobre o porque da existência do Estado.Vale recordar aquela aulinha básica de Ciência Política, de forma bem resumida é claro, sobre as teorias do contrato social (que muitos não escolheram, mas a qual todos estamos submetidos) difundidas por Hobbes, Locke e Rousseau. Estes senhores, em suas explanações, nos apontam que as pessoas abrem mão de certos direitos e liberdades em nome de uma racionalização e ordem na vida e relações sociais, originando a estrutura que denominamos como Estado (poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e demais Instituições que regulamentam nossa vida cotidiana). Para isso, atribuem e reconhecem a autoridade a governantes, que têm por missão conduzir a ordem social por meio de regras que assegurem a paz interna, a defesa comum e atendam as necessidades e liberdades individuais.

"Brava Gente brasileira!"

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Prof.ª Joyce Pereira Redação d'O Historiante Estamos assistindo a uma revolução nas ruas do Brasil nestes últimos dias. Em praticamente todos os pontos do país existem manifestações contra a corrupção, a PEC-37, melhoria da saúde, educação, entre outras causas. Há muito tempo não assistíamos o povo brasileiro sair às ruas, para reivindicar pacificamente contra o Estado e sua coação, que acaba nos oprimindo. Senti dentro de mim a vontade de sair às ruas e gritar contra o ônibus lotado e caro que pago todos os dias, o baixo salário de professora que recebo, a falta de infraestrutura do nosso país, a descrença política atual por que passamos.

A revolução não será televisionada (ou, O Vale Acordou!)

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Prof. Pablo Michel Magalhães Redação d'O Historiante Apitos, gritos, cânticos. Coros, choros, suspiros. Pessoas que caminham, braços dados, sem aparente direção pré estabelecida, mas que sabem o rumo que querem. Aos poucos, uma melodia é ruminada, baixinho, ganhando volume e novas vozes gradativamente. Agora, já é uma canção, entoada por milhares de pessoas com caras pintadas, enfatizando que a pátria não mais está "deitada eternamente em berço esplêndido", e que ela pode confiar em seus filhos que não fogem à luta. Confesso que sinto arrepios: vejo jovens e idosos, pais e filhos, mães, mulheres, brancos, negros, amarelos, juntos, sem medo, cantando a plenos pulmões o hino nacional, sem distinções, com um único propósito, apesar das várias reivindicações. Querem respeito e justiça nesta boa terra Brasil!

Tempo e História...

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Persistência da Memória,  Salvador Dalí Prof. Lucas Adriel S. de Almeida. Redação d'O Historiante A ideia de tempo é tão presente em nossas vidas que suas marcas são perceptíveis nos rostos de cada um de nós, basta nos olharmos no espelho. A sua relatividade é evidente, não só na obra de Salvador Dalí. Podemos até dizer que seja um dos temas preferidos dos artistas, talvez pela sua subjetividade. O tempo já foi dividido e subdividido, compreendido não só em minutos ou em segundos, mas de tantas outras formas que buscaremos refletir a seguir. Algo abstrato e inerente a vida humana, as noções de tempo fazem parte da compreensão dos comportamentos sociais. Muitas vezes compreendido por nós, de forma restrita, o tempo é associado a ideia cronológica e capitalista,  enfatizado pela noção de que "tempo é dinheiro".

Jesus não tem dentes no país dos banguelas

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Profº Juliano Mota Redação d'O Historiante Há alguns dias atrás, ouvindo as músicas do álbum dos titãs produzido em 1987, denominado “Jesus não tem dentes no país dos banguelas”, comecei a refletir que algumas destas músicas tinham relação com o cotidiano da sociedade brasileira, principalmente no que diz respeito aos direitos humanos.  Percebi que apesar de 26 anos separarem a confecção deste álbum aos fatos que estamos vivenciando, as semelhanças não são meras coincidências. É sobre a defesa, e ao mesmo tempo a agressão, do que é minimamente garantido aos seres humanos que irei discutir, considerando o contexto sociocultural e temporal que estamos inseridos, bem como fatos históricos e políticas públicas que se coadunam numa sinfonia nem sempre tão afinada.

(I) Mobilidade Urbana

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Profº Neto Almeida Redação d'O Historiante “Ô seu dôtor, por favor, arranque o braço, mas não jogue no rio”. A fala até poderia ser usada nas criativas charges de jornais ou páginas de redes sociais na internet, contudo, é tristemente identificável a que se refere. Mais um dos inúmeros acidentes, que não foram acidentes, deixando mais uma pessoa sem um membro o qual não fazemos a menor noção de sua importância. Muito tem se falado nos últimos anos no Brasil sobre mobilidade urbana. Entendo que quando retornamos inúmeras vezes ao assunto é porque de fato não compreendemos, ou possuímos nada deste. É bem assim que acontece hoje nas grandes capitais: desde São Paulo, o maior centro financeiro do país, passando por cidades turísticas como Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e tantas outras que é inviável lançar mão de um relato numérico. Não se tem a menor noção de mobilidade urbana, por isso que se busca tanta explicação.

Filmes - For Colored Girls

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Prof. André Araújo Redação d'O Historiante Histórias que se cruzam. Dramas que se relacionam e demonstram que dramas individuais, não necessariamente, são dramas de uma pessoa só, mas são apenas um exemplar de fenômenos e de traumas estruturais que são compartilhados por toda uma sociedade. A receita parece simples e o filme poderia ser um clichê. Só que não é! For Colored Girls é um drama lançado em 2010. Adaptado de um livro de poesias, escrito por Ntozake Shange (uma autora que se auto-afirma como uma feminista negra) em 1975. O livro de poesias tem o nome de “For Colored Girls Who Have Considered Suicide When the Rainbow is Enuf” (Para Mulheres Pretas que Tem Considerado o Suicídio Quando o Arco-íris é Suficiente). Escrito, dirigido e produzido por Tyler Perry, o filme apresenta um elenco que inclui Janet Jackson, Whoopi Goldberg, Phylicia Rashad, Thandie Newton, Loretta Devine, Anika Noni Rose, Kimberly Elise, Macy Gray e Kerry Washington.

"E meus alunos montaram uma LAN house" - sobre educação e futebol.

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Prof. Pablo Michel Magalhães Redação d'O Historiante Confesso que sou um amante do futebol. Sinto-me contagiado com os ares de uma boa partida e me animo quando belas jogadas são orquestradas em campo. O êxtase de um gol é indescritível: aos 46 do 2º tempo, uma bola alçada à área, uma cabeçada ou um voleio salvadores e a glória do balançar das redes. Torcida gritando, meu time ganhando... Unimo-nos todos, com uniformes e bandeiras, cantando nossos gritos de guerra, empurrando os jogadores a todo momento, na esperança de vencer mais uma peleja dentro das 4 linhas. Sim, eis a magia do esporte bretão, tão bem praticado por nós, brasileiros (nem tanto, nos últimos anos).  Porém, quando os ecos de gritos de um estádio abafam o som da leitura de livros em uma escola e os holofotes que iluminam o tapete verde ofuscam a lousa em que o professor escreveu o dever de casa, o que resta da euforia e da paixão boleira? Quando o concreto que poderia tapar os buracos no muro de algu

Angelina Jolie: vão-se as mamas fica o receio...

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(Angelina e sua mãe) Prof. André Araújo Redação d'O Historiante Angelina Jolie, atriz, aos 37 anos, em plena atividade, anuncia ao mundo que fez uma dupla mastectomia (retirada dos seios) para reduzir as possibilidades de desenvolver um câncer na região, pois a sua mãe e a sua tia faleceram da mesma doença. O câncer é um dos males que amedrontam a humanidade, e a atitude de Jolie, um ícone hollywoodiano, sem dúvidas reforçou a ideia de que o desenvolvimento das ciências poderia ajudar a livrar a humanidade de seus males. O ideal iluminista, de que a razão nos guiaria rumo à felicidade, produziu uma serie de facilidades, com os avanços técnicos, mas também trouxe alguns problemas.  As luzes de Hiroshima, talvez, tenham sido o desfecho obscurantista que fez a humanidade pensar que o caminho das luzes poderia ser tortuoso. Nessa equação da vida, existe uma variante fundamental, que foge a quaisquer racionalizações, o homem, ou melhor, os seres humanos. Pensar o desen

O Big Ben calou quando Margareth Thachter passou

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Profª Joyce Pereira Redação d'O Historiante Em 08 de abril de 2013, correu pelo mundo a notícia da morte da "Dama de Ferro". Para quem não a  conhece pela sua alcunha, Margareth Thacther (1925-2013). Foi uma das principais líderes políticas das últimas décadas. Ela foi a primeira mulher que ocupou o cargo de primeiro-ministro britânico em 1979. À esta época, a Europa estava assolada pela crise econômica ligada à inflação, altos índices de desemprego, crise petrolífera e perpassada pela Guerra Fria. De posicionamento conservador, adotou uma política anticomunista e, dos seus primeiros cinco anos de governo ainda são discutidas se as medidas implantadas (redução de impostos, reformou e controlou sindicatos trabalhistas) melhoraram a Grã-Bretanha.

Filmes - O Cheiro do Ralo

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Prof.Carl Lima Redação d'O Historiante Quando falamos de filmes com roteiros baseados em obras literárias, é bastante comum ouvirmos os seguintes comentários: " O livro é muito melhor";  "A produção fílmica não retratou as personagens e o enredo como deveria"; "Gostou do Filme? Você precisa ler o livro". Não quero entrar, aqui, nessa discussão, mesmo porque compreendo que, independente da qualidade - obvio que existem bons e péssimos livros, como também boas e péssimas adaptações -, que cinema e literatura são artes diferenciadas e, por isso mesmo, têm linguagens e ritmos próprios. Assim, cobrar semelhanças e aproximações é incorrer em grande equivoco e consequentemente agir com injustiça.

Álbum - Capim - Guiné (Uma guerra de facão) - Wilson Aragão.

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Prof. Lucas Adriel S. de Almeida. Redação d'O Historiante No álbum lançado no ano de 1986, intitulado Capim-Guiné (uma guerra de facão) , Wilson Aragão não produziu música condicionado às questões comerciais; em outras palavras, não teve e não tem a pretensão de “agradar” às tendências voláteis e superficiais da indústria da música. A obra em questão traduz o cotidiano popular, sendo a voz da parte da população marginalizada, geralmente esquecida dos grandes públicos. A musicalidade de Aragão tem o som do nordeste brasileiro, e suas letras traduzem os anseios e as experiências de diversos cidadãos e cidadãs de um Brasil muitas vezes posto à margem dos grandes empreendimentos econômicos e sociais.

Tentando entender a Escola - Ato I: O "desinteresse" no cotidiano

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Prof. Carl Lima Redação d'O Historiante Salve, Salve, companheiros/as leitores/as!!! Sabe um daqueles assuntos que volta e meia estamos falando, e quase sempre reproduzindo opiniões de maneira automática, amparado no ouvir dizer e quase nunca pensando, refletindo e de alguma maneira trazendo contribuições perspicazes e elucidativas? Não, eu não estou me referindo ao futebol, tema pertinente das mesas de botequins, ainda mais nesse momento que antecede a Copa de 2014. Também não me refiro a religião, dizem que ela deve ser comentada e não discutida, pois se trata de uma experiência de fé. Tampouco direciono o pensamento para a política partidária, diagnosticando que todo político não presta, que apenas estão a fim de benefícios para si e para seus séquitos. Sem suspense, quero me deter ao entendimento do que seria a Escola. Uma instituição presente em nossa sociedade e que pelo menos discursivamente continua sendo importante e valorizada para quaisquer "bons ci

Aconteceu na História, entre 02 e 08 de junho...

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02 de junho Campanhas de Garibaldi Giuseppe Garibaldi foi decisivo na unificação da Itália. De 1836 a 1848, ele se exilou na América do Sul, aderindo à Revolução Farroupilha, no sul do Brasil. Em 1860, comandou a   Expedição dos Mil , quando conquistou a Sicília e Nápoles. Garibaldi viveu seus últimos anos em uma ilha italiana, onde morreu em 2 de junho de 1882. 1675   - Um golpe de estado na Espanha leva à queda da Rainha-mãe. D. Juan, filho natural de Felipe IV, toma o poder. 1917   - O Brasil revoga sua neutralidade na Primeira Guerra Mundial e aborda barcos alemães. 1945   - O papa Pio XII se pronuncia contra o nazismo, o qual já havia condenado em encíclicas anteriores. 1953   - Coroação de Isabel II como rainha da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte, na Abadia de Westminster. 1963   - O príncipe regente Faisal decreta a abolição da escravatura na Arábia, último país do mundo em que ela existia. 1964   - Criação da Organização para a Libertação da Palestina (O

Filmes - Cabra marcado para morrer.

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Prof. Neto Almeida Redação d'O Historiante “Não foi a primeira vez que aconteceu. Mas é, no mínimo, muito especial quando a própria realização de um filme acaba se transformando em novo roteiro, diferente do que estava programado e, de repente, diretor, atores, técnicos e fotógrafos passam a ser os personagens centrais de uma história tão dramática e humana quanto a dos personagens originais.” As palavras acima são de Eduardo Coutinho, diretor de um dos melhores documentários produzidos no Brasil, e esta é nossa dica cultural: um documentário/filme de produção nacional sobre a vida de João Pedro Teixeira, líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. A produção do filme foi interrompida em 1964, em razão do golpe militar. A s forças militares cercaram a locação no engenho da Galiléia e interromperam as filmagens. Dezessete anos depois, o cineasta recolheu os depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens.